sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Poesia da solidão de uma mulher contemporânea.

Desilusão, intolerância, ansiedade.
Entre esses caminhos tortos, atravessando as curvas, olhando pelas janelas de ônibus, trens, metrôs, carros, transportes... Caminhar, correr, andar, esperar.
Entre os intervalos de horas que vencem o dia, executando e pensando... Enlouquecer, protestar, violentar, ofender, gritar, fingir, mentir.
Entre os suspiros dados, sentir. O cheio do rio, podre. O cheiro do mendigo, lamentável. O perfume da mulher ao lado, lembrança.
Entre os ruídos da cidade, uma voz ausente. Ecoando, permanecendo, repetindo, confundindo.
Atrapalha-se a vista. Não é possível viver sem procurar o teu passo, teu intervalo, teu aroma, tua voz, teu corpo.
Lamenta-se...
Sente-se falta.
Falta.
Falta bem mais do que somente uma presença. Falta em mim, eu falto. Não compareço.
A primavera passa e o verão já bate a porta. Solidão, sinônimo.
Entre as clavículas e decotes de vestidos, procuro a marca que gostaria de ter deixado.