quinta-feira, 27 de maio de 2010

O Primeiro Desejo.

Te fiz minha amada.
Te fiz minha amada por precisar de mais um momento viva, por precisar de mais um suspiro.
No momento em que eu estava no ponto entre o agora e o que certamente não existirá depois, te fiz minha amada.
Cometi um erro, um crime... Porque te amo sozinha.
Porém tudo que me dás é o ar, a luz e a essência em dozes minímas que alimentam - nunca suficientemente, o meu egoísmo e a minha preguiça.
Essa minha mania de prever o final que me impede de criar outra história...
De tentar viver de outra forma.
Tu és inegavelmente o meu amor.
Porém, a palavra final ainda é minha... E sempre será.
O que eu sou é meu e não teu.
Não te tenho e não luto para te ter.
Porque o que me basta é a solidão e esse sentimento idealizado que não vem de ti.
Vem de mim, do que eu preciso...
E assim, só me enojo cada vez mais do que me tornei.
Mas, então... Surpreendo-me.
Lá no fundo... Ainda existente, lá no fundo...
Aquele pequeno brilho... Esperança.
E então, meu amor, percebo o que estou começando a esperar de você.
Por favor, por favor... Faça-me acreditar em teus olhos, em seus lábios, na sua verdade...
Por favor, me mostre algo real que me faça continuar a avançar no que eu não conheço...
Por favor, me faça acreditar em mim novamente...
Por favor...
Por favor...
Peço-te, peço-te, peço-te... Infinitamente, imploro-te.
Quão miserável eu me tornei?
Deixei a minha descrença superar a minha esperança.

domingo, 16 de maio de 2010

Abstrato demais...

Vejo-me em uma pausa.

Sinto que não estou dando continuidade. Sinto que não estou retornando. Vejo-me em uma pausa.

Vejo-me em uma pausa...

Vejo-me em uma pausa!

Céus, por quanto tempo?

Por quanto tempo tenho que continuar a me movimentar e a praticar ações que não remetem a nada? Pois, no final de cada coisa, todo o movimento que se apresenta não existe. Está tudo parado.

Não há propósito.

Não há um amor...

Não há uma história a ser contada.

Realidade, é o nome.

Felizes aqueles que conseguem disfarçá-la!

Infelizes aqueles que a conhecem. Por vontade própria ou involuntariamente, não importa.

Estamos em um mundo de máscaras e cada um tem a sua para usar. Eu tenho a minha, porém eu sei que ela é um disfarce. Existem pessoas que vivem dias a fio pensando que vestem o que realmente são. Isso é incerto. Ou melhor, incorreto.

Pois, estamos numa pausa...

Estou em uma pausa...

Pausa...

Pausa.




terça-feira, 11 de maio de 2010

Ah os musicais...

Canções de Amor (Les Chansons d'amour)






Esse musical é maravilhoso, porém ele destruiu o meu domingo. Reflete no começo o tipo de realicionamento que eu acho que teria. haha
Mas, enfim... Sabe quando você tá sensível a exatamente um tipo de sentimento e involuntariamente alguma coisa que você vê/ouve toca bem nesse ponto? Então, esse musical tocou. Não vou falar mais nada, esse eu realmente indico que assistam! É com o mesmo ator de Os Sonhadores ( The Dreamers ), o Louis Garrel. É diferente, totalmente inesperado e os franceses, querendo ou não, sempre mandam bem.

Então, saindo um pouco dos musicais, tive que assistir Avatar (FINALMENTE, não me sinto mais um ET no meu próprio mundo) para tentar tirar um pouco esse filme da cabeça e por incrível que pareça, eu gostei.
Pensei que fosse achar Avatar uma puta mistura de Pocahontas com Stars Wars ( ridículo e infantil esse pensamento, eu sei haha ), mas James Cameron... Parabéns. Só perdeu pra ex-mulher mesmo... Luxo para ela, querido.
Agora só falta assistir Guerra ao Terror e sinto que estarei cumprindo os deveres pendentes desde o Oscar...


Across The Universe

Tesourinho que entrou do nada na minha vida. Como esse musical é querido... Beatles misturado com a Guerra do Vietna. Ai, nem tem o que falar, simplesmente maravilhoso. A delicinha do Jim Sturgess e seu sotaque inglês, a Evan Rachel Wood que sempre arrasa ( eu adoro ela, não falem mal. ), enfim... E aquele achado né... A Dana Fuchs. Que voz é aquela, sem querer desmerecer a rainha Janis Joplins... Mãããs a mulher quase chega lá. Nem conheço a diretora do filme, por isso nem vou comentar pra não falar merda né. rs

Vou colocar a minha cena preferida do musical, que você viaja à milhares de mundos sem ter usado nada além dos seus próprios olhos... haha






NINE

Tenho que colocar aqui nesse post um filme que deveria SIM ter ganhado mais atenção e prestígio. Fabuloso, assim como Chicago, até melhor do que este. NINE é fantástico e a Marion Cotillarrd é a musa do filme.

Sim, sim... Temos Nicole Kidman, Penelope Cruz ( QUE É FODA, NUNCA DEIXAREI DE DIZER ISSO SEMPRE QUE USAR O NOME DESSA MULHER AQUI ), Kate Hudson ( que tá uma gracinha ), Daniel Day-Lewis (que está sim apaixonante haha) e até a porra da Fergie ( que conseguiu o meu respeito depois desse filme rs)... Mas, o tesouro, é a Marion.

Ai, puta interpretação, a voz dessa mulher é fantástica (isso ela já tinha provado como Edith Piaf) e acho que todos nós temos um pouco de Luisa Contini dentro de nós... Rob Marshall arrasou sim e arrasou muito, em Be Italian você tem a sensação de ter saído do cinema e estar realmente em puta teatro, belíssimo, luxuosíssimo, com glamour, queridos... Sou fã desse filme. Pra caralho. ( haha quero construir minhas críticas com palavrão, tem problema? rs).

Então aqui um poquinho da maraaaaaaaavilhosa Marion como Luisa Conitini e um Daniel Day-Lewis tomandooo uma na cara.





Thank you.
For what?
For remind me i'm not special.

sábado, 8 de maio de 2010

Números e Regina Spektor

Eu decorei o seu número de telefone sem querer.
Ou talvez foi por ficar passando várias vezes pelo seu nome na pequena tela do meu celular... Desacreditada de realmente tê-lo ali.
Hoje é o único número que eu não esqueço.
Em emergências, surpresas, conquistas, tristezas... É do seu número que eu lembro. É a sua voz que eu quero ouvir.
Mesmo que eu não tenha mais a liberdade para fazer isso.
É em você que eu penso quando eu imagino-me em lugar instável, quieta, simplesmente conformada.
É em você que eu me inspiro em todas as pequenas palavras que saem da minha boca.
É você quem eu culpo por ser o que eu sou hoje.
Você é dona da angústia que eu levo no peito, nos olhos. Talvez por causa das palavras que nunca foram ditas ou pela pessoa que você é hoje...
Mas, ainda sim... Existem aqueles momentos em que você me escreve uma pequena nota.
Em que você me faz uma ligação.
Em que nos encontramos acidentalmente ou não...
Nesses instantes tão inconstantes... Você solta "eu te amo" em todas as fibras do seu corpo, em todo o espaço de distancia e tempo, em sua voz, em seus gestos... Todos esses "eu te amo's" me atingindo continuamente...
A verdade nos seus olhos diz muito mais do que a vida em si.
Ela me fala tudo.
O que o mundo não mostra, o que as pessoas não fazem, o que a vida não permite.
Tua verdade, nossa verdade.
Eu me pergunto se algum dia eu acharei outra como esta. Eu me pergunto se existe alguma coisa além de você neste mundo. Eu me pergunto se um dia vou parar de me perguntar, de duvidar que o grande amor da minha vida foi você.
Eu espero parar de usar clichês quando falo de você ou penso em você.
Eu não quero mais escutar as músicas que eram nossas, das mais bizarras às mais perfeitas.

Não consigo me aproximar de mais ninguém. Basta apenas a solidão. Ela é suficiente.
Penso que estando sozinha eu me lembro mais de você e assim, eu consigo tomar um suspiro de cada vez e não decidir pará-los como eu já desejei.
E no final eu não sei se é sonho ou realidade, se é céu ou inferno, se é amor ou saudade, se te esqueci ou não!
Não sei nem se agradeço por você ter entrado na minha vida ou amaldiçoo o dia em que isto aconteceu.
O que você me mostrou não é o mundo em que eu estou hoje.
Quem eu sou agora não é a pessoa que estava com você no passado.
Pelo contrário. É tudo novo, está cravado.

E ainda assim, é do seu numero que eu lembro quando eu quero simplesmente fugir de tudo isso.

xxxxx

Apesar de todo o meu estilo, a Regina Spektor transmite a felicidade necessária para cantar involuntariamente enquanto utilizo os transportes públicos de São Paulo...





QUASE UM VOYEURISMO! ALOKAAAAAA.






Good is better than perfect
Scrub till your fingers are bleeding
And I’m crying with insight
I tell others to do without crying...

He used to go to his favorite bookstores
And rip out his favorite pages
And stuff 'em into his breast pockets
The moon, to him, was a strangerAnd now he sits down at a table
Without anyone's steady instruction
Begins his quiet ascension
To a place with no religionHe's found a path to her likeness
He eats a small lump of sugar
Smiles at the moon like he knows her.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

A Um Ausente

Tenho razão de sentir saudade,
tenho razão de te acusar.
Houve um pacto implícito que rompeste
e sem te despedires foste embora.
Detonaste o pacto.
Detonaste a vida em geral, a comum aquiescência
de viver e explorar os rumos de obscuridade
sem prazo sem consulta sem provocação
até o limete das folhas caídas na hora de cair.

Antecipaste a hora.
Teu ponteiro enloqueceu, enlouquecendo nossas horas.
Que poderias ter feito de mais grave
do que o ato sem continuação, o ato em si,
o ato que não ousamos nem sabemos ousar
porque depois dele não há nada?

Tenho razão para sentir saudade de ti,
de nossa convivência em falas camaradas,
simples apertar de mãos, nem isso, voz
modulando sílabas conhecidas e banais
que eram sempre certeza e segurança.

Sim, tenho saudades.
Sim, acuso-te porque fizeste
o não previsto nas leis da amizade e da natureza
nem nos deixaste sequer o direito de indagar
porque o fizeste, porque te foste.

Carlos Drumond de Andrade


É muito piegas se eu dizer que chorei quando li isso? haha

terça-feira, 4 de maio de 2010

Escrito por uma Jéssica bem mais crente e esperançosa haha Mas, ainda sim, escrito por ela.


Estou cansada de promessas vazias, sentimentos inexistentes, palavras fracas e gestos sem sentido.
Quero sentir o que eu não posso ver e nem tocar entrar em meu ser, sacodir as cortinas, abrir janelas e portas, mudar a vida, o mundo, as pessoas!
Quero poder acreditar, me entregar, sem saber que estou apostando no falso, no inseguro...
Quero sinceridade, quero apenas a verdade, que se baseie em um amor sentido desde as profundezas desconhecidas da mente até a ponta dos dedos e que estes, possam me tocar o rosto, tocar os lábios, delicadamente até aprofundar o contato.
Quero poder sentir o ridículo, fazer o ridículo, perder a cabeça e a razão, pois assim eu poderei saber que eu estou viva!
E estando viva, dessa maneira, não me sentir culpada pelas coisas que são jogadas em minha face.
Tão perdida ao longo dos anos... Tão desfocada ao longo das decepções...
Quero poder sentir que o ódio e o amor estão ligados por uma linha tênue, que pode se arrebentar e assim, misturá-los e criar algo extremamente novo, extremamente forte.
Quero poder olhar nos olhos azuis, verdes, castanhos, vermelhos e me ver refletida nestes, sentir que eu posso existir em qualquer universo, em qualquer ser.
Sentir que eu posso amar, mesmo estando perdida, iludida, sem ar!
Quero a esperança de uma nova vida, a possibilidade de mudanças entrando em meu mundo, fazendo-me aprender cada vez mais...
Quero poder acreditar que tudo que me foi dito, lá no fundo, tenha pertencido a um início verdadeiro, a algo real, a algo que foi realmente sentido.
Quero olhar pra mim mesma e sentir orgulho do que sou, amar os meus erros, as minhas falhas, as minhas quedas, a imperfeição de ser o que sou!
Quero viver naturalmente... livremente... sinceramente...
e não ficar presa dentro de padrões, promessas irreais, de sonhos...
Quero acreditar no impossivel e quero que ele acredite em mim...
e assim, incansavelmente, quero desejar...
e sentir que não existe fim. Que tudo se trata de um belo começo... a cada dia, a cada hora, a cada lágrima, a cada sorriso... sentir, sentir, sentir...
Quero sentir!

sábado, 1 de maio de 2010

Agora

Tempos difíceis chegam e vão embora. Para mim, eles permanecem.
Tudo que eu vejo é a destruição, todos os dias, gestos, despedidas, atos de amor e ódio, olhares, pequenas palavras, sentimentos atropelados.
Tudo ao contrário.
Tudo contrário ao que eu via antes.
Alguém com as mãos sujas virando o meu mundo ao avesso, me mostrando aos poucos que o que eu acreditava e o que eu cravei nas minhas costas está absurdamente errado.
E o pior de tudo...
Não sou eu que me provei isso.

Ou será que foi?
Quando esse vazio começou a tomar conta do meu ser e dos meus atos?
Quando eu parei de acreditar realmente no que as pessoas diziam para mim?
Quando eu passei a duvidar daquelas frases que antes faziam o meu dia e me influenciavam a agradecer por estar viva?
Quando foi que eu perdi a minha vida?
Será que é isso que me leva a procurar desesperadamente por algo, alguém, alguma força que me impulsione de novo, que me dê a minha essência de volta?

Me sinto roubada, desvalorizada, interrompida.
E por mais que exista alguém que ainda diga "ei... você é uma pessoa especial, não se esqueça disso." , tudo que vem a seguir me prova o avesso dos sentimentos. Da sinceridade.
Sinto que corro em uma estrada sem fim, morrendo aos poucos, com fome, frio, sede e eu sei que eu posso parar. Eu sei que eu posso simplesmente dar fim a essa jornada, mas mesmo assim, eu corro.
Eu corro porque eu quero acreditar que no final da estrada, algo estará me esperando.
Esse algo que eu já tive e que eu quero recuperar.

Esse algo que... Me fazia ser eu mesma. Tão pura e suficiente... Transbordando amor, felicidade, abraços e beijos... A beleza que eu via na vida não mais borrada, quebrada.
As pessoas...
Os olhares...
As palavras...
Aquele sentimento que nos afirmava "nós vamos ficar juntos para sempre, nós vamos ser felizes para sempre".
Era o tempo em que o "para sempre" fazia sentido. Não, bem mais que isso, era lei no nosso mundo. E era tudo tão belo...

Será que nós finalmente crescemos?
Será que crescer significa isso? Cada um no seu caminho, cada um perdendo um pouquinho mais de si?

Por favor diga que não! Por favor, pegue a minha mão, me abrace de novo, me mostre no seu beijo que eu ainda posso querer me afogar nos sentimentos sem morrer! Por favor... Por favor... Por favor...

Porque eu odiaria nos ver naquela pilha em que milhares de pessoas estão e continuam vivendo... Aquela pilha dos que "quase conseguiram", dos que desistiram no meio do caminho.

Eu olho para o lado.
Vejo que corro sozinha. Vocês estão atrás de mim... Parados. E a cada movimento dos meus pés... Eu me afasto cada vez mais... Até o ponto em que eu olho para trás... E não os vejo. É só o mundo, mostrando que ele me venceu.
Ele me venceu.

Não há nada no final da estrada.