sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Poesia da solidão de uma mulher contemporânea.

Desilusão, intolerância, ansiedade.
Entre esses caminhos tortos, atravessando as curvas, olhando pelas janelas de ônibus, trens, metrôs, carros, transportes... Caminhar, correr, andar, esperar.
Entre os intervalos de horas que vencem o dia, executando e pensando... Enlouquecer, protestar, violentar, ofender, gritar, fingir, mentir.
Entre os suspiros dados, sentir. O cheio do rio, podre. O cheiro do mendigo, lamentável. O perfume da mulher ao lado, lembrança.
Entre os ruídos da cidade, uma voz ausente. Ecoando, permanecendo, repetindo, confundindo.
Atrapalha-se a vista. Não é possível viver sem procurar o teu passo, teu intervalo, teu aroma, tua voz, teu corpo.
Lamenta-se...
Sente-se falta.
Falta.
Falta bem mais do que somente uma presença. Falta em mim, eu falto. Não compareço.
A primavera passa e o verão já bate a porta. Solidão, sinônimo.
Entre as clavículas e decotes de vestidos, procuro a marca que gostaria de ter deixado.

sábado, 30 de outubro de 2010

Ontem sonhei com você. Já quase não me lembro dos pormenores, só sei que nos transformávamos
continuamente um no outro, eu era você, você era eu. Finalmente, não sei como, você pegou fogo, lembrei-me que é possível apagar o fogo com panos e assim bati em você com um velho paletó. Mas as metamorfoses recomeçaram e de repente você desaparecia, era eu que ardia e também eu que me batia com o paletó. Mas de nada adiantava, só confirmava meu velho temor de que esses métodos nada podem contra o fogo. No entretempo chegaram os bombeiros e de algum modo você foi salva.
Mas agora você era diferente, da a giz escuro, e fantasmagórica, como se desenhada a giz escuro, e caiu-me nos braços sem vida, ou talvez tenha apenas desmaiado de alegria por ter sido salva. Mas ainda aqui atuava a incerteza da transformação, talvez eu mesmo tenha caído nos braços de alguém.
(Sonhos, de Franz Kafka)


domingo, 3 de outubro de 2010

Vem, vambora...

Eu quero a nossa vida em um apartamento no Alto de Pinheiros, almoços de domingo em pequenos restaurantes da Bela Vista, flores e suco de laranja ao acordar. Vou aprender a tocar aquela canção e escrever aquele roteiro pra tentar fazer algum dinheiro... E quando o filme estiver em cartaz em algum cinema do centro da cidade, largue tudo e venha escutar o "eu fiz para você" que vou te dizer.
Envolva seus braços no meu corpo quente em plena Avenida Paulista. Beije-me atrás de um muro pichado. Me ame pela primeira vez e estenda os segundos à minutos, horas...
Me surpreenda sempre com os pequenos gestos que falam mais do que todas as convenções implicadas nesse mundo...
Traga todas as suas inseguranças tolas que só reafirmarão que eu sou sua, que eu sempre fui sua.
Me prove que a tua presença é viva e nunca mais me deixe apenas a sua memória...
É duro demais viver quando eu morri em nós.



"Não lhe peço nada
mas se acaso você perguntar
por você não há o que eu não faça

Guardo inteira em mim
a casa que mandei
um dia
pelos ares
e a reconstruo em todos os detalhes
intactos e implacáveis

Eis aqui
bicicleta, planta, céu,
estante cama e eu
logo estará
tudo no seu lugar

Eis aqui
chocolate, gato, chão,
espelho, luz, calção
no seu lugar
pra ver você chegar"

pelos ares - adriana calcanhotto

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

e de que adianta negar o que é? O que seria esta ação tão praticada se não proibir-se?
Convenções...
Pré-estabelecidas...
E ainda assim, tão firmes no que existe.
O protesto que faço diariamente nada mais é do que a verdade que se esconde por não poder viver.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

O que nela se elevava não era a coragem, ela era substância apenas, menos do que humana, como poderia ser herói e desejar vencer as coisas? Não era mulher, ela existia e o que havia dentro dela eram movimentos erguendo-a sempre em transição. Talvez tivesse alguma vez modificado com sua força selvagem o ar ao seu redor e ninguém nunca o perceberia, talvez tivesse inventado com sua respiração uma nova matéria e não o sabia, apenas sentia o que jamais sua pequena cabeça de mulher poderia compreender.
Tropas de quentes pensamentos brotavam e alastravam-se pelo seu corpo assustado e o que neles valia é que encobriam um impulso vital, o que neles valia é que no instante mesmo de seu nascimento havia a substância cega e verdadeira criando-se, erguendo-se, salientando como uma bolha de ar a superfície da água, quase rompendo-a... Ela notou que ainda não adormecera, pensou que ainda haveria de estalar em fogo aberto. Que terminaria uma vez a longa gestação da infância e de sua dolorosa imaturidade rebentaria seu próprio ser, enfim enfim livre! Não, não, nenhum Deus, quero estar só.
E um dia virá, sim, um dia virá em mim a capacidade tão vermelha e afirmativa quanto clara e suave, um dia o que eu fizer será cegamente seguramente inconscientemente, pisando em mim, na minha verdade, tão integralmente lançada no que fizer que serei incapaz de falar, sobretudo um dia virá em que todo meu movimento será criação, nascimento, eu romperei todos os nãos que existem dentro de mim, provarei a mim mesma que nada há a temer, que tudo o que eu for será sempre onde haja uma mulher com meu princípio, erguerei dentro de mim o que sou um dia, a um gesto meu minhas vagas se levantarão poderosas, água pura submergindo a dúvida, a consciência, eu serei como a alma de um animal e quando eu falar serão palavras não pensadas e lentas, não levemente sentidas, não cheias de vontade de humanidade, não o passado corroendo o futuro! O que eu disser soará fatal e inteiro! não haverá nenhum espaço dentro de mim para eu saber que existe o tempo, os homens, as dimensões, não haverá nenhum espaço dentro de mim para notar sequer que estarei criando instante por intante, não intante por instante: sempre fundido, porque então viverei, só então viverei maior do que na infancia, serei brutal e malfeita como uma pedra, serei leve e vaga como o que se sente e não se entende, me ultrapassarei em ondas, ah, Deus, e que tudo venha e caia sobre mim, até a incompreensão de mim mesma em certos momentos brancos porque basta me cumprir e então nada impedirá meu caminho até a morte-sem-medo, de qualquer luta ou descanso me levantarei forte e bela como um cavalo novo.

Perto do Coração Selvagem - Clarice Lispector.



Toda mulher deveria ler esse livro, na minha opinião. Ou pelo menos aquelas que encontram-se perdidas... Esse é o livro daquela famosa frase da Clarice "Liberdade é pouco. O que eu desejo ainda não tem nome." e de tantas outras que a gente vai reconhecendo enquanto lê.
Porém, mais do que tudo isso, quero registrar o quanto esse livro significou para mim neste momento. O quanto eu me senti compreendida, humana e forte a partir de alguém que eu nem conheço. Também é engraçado registrar o quanto eu chorei quando eu terminei de ler o livro. Cena cômica para quem via de fora, uma pessoa fechando um livro no meio de um trajeto de um ônibus qualquer da imensa terra da garoa. hum...

Clarice é simplesmente Clarice, né.

domingo, 4 de julho de 2010

Sobretudo encaixo-me em intervalos. Vejo o caminho trilhado, porém, tudo que mora nesse espaço não me atrai, não me cativa.
Já nem sei mais desejar.
Para mim tudo o que se move não tem sentido ou gosto, porque estou parada no meu lugar predileto, intocável, impenetrável.

domingo, 27 de junho de 2010

Amada, cara amada...

Escrevo-te porque não tenho o que dizer...
E não ter o que dizer quando se sente o que sinto, é sufocante.
Só sabe quem já sentiu a dor do mundo...
Escrevo-te porque quero ser mulher.
Tenho vida amada, sim tenho vida...
Tenho beijos e toques, tenho belas palavras...
Se tenho e sou o que tenho...

porque não me basta?

sábado, 12 de junho de 2010

A Mão

Ela olhou pela janela. O mundo lá fora a esperava e ela estava presa.
Ela ouviu passos.
Pessoas passaram por ela, dizendo coisas que ela simplesmente ignorou. Aquele sentimento de inferioridade que sentia tomou conta.
Às vezes ele vinha para atingí-la.
Outras, ela atirava-o aos outros. E assim vivia, recebendo e dando, machucando e sendo machucada, os movimentos eram feitos em um ciclo de ida e volta e por mais que em alguns segundos fizessem sentindo, logo vinha a onda de realidade lavar as impressões e as esperanças.

Havia uma mão estendida, implorando para ser segurada. Existia um caminho a ser seguido, mas que por alguma razão impertinente, estava coberto de raízes e árvores que impediam a sua passagem. Bloqueado.

Até que ela agarrou a mão.
E ela agarrou-a com tanta força que ambas sangraram. Mas, elas não se importaram. Uma mão começou a guiar a outra e assim, criaram uma nova trilha. Desempedida, limpa, livre!
Ela sentia o ritmo da vida em seus pés e corria descalça, descobrindo a verdade a cada passo, finalmente sendo quem ela realmente era! Ah! Que alegria sentia... E bastava-lhe.
Autosuficiência, pensava. Que idéia vã e tola, na verdade.
Não sentia-se só. Não... Ela tinha a mão que agarrara no ínicio intacta a ela. E esta, ela nunca abandonaria. Era a única força que lhe puxava cada vez mais para o que ela precisava.

Até que a mão desapareceu. Simplesmente sumiu. Deixou-a, como toda a ilusão ou sonho que ela agarrara antes.
E o ódio preencheu-a. Tão forte que ela assustou-se com o que tornara-se. Ela estava causando medo a si mesma apenas com a própria presença. Pensava "em que desgraça eu cai?".
Procurou reverter, procurou fugir, procurou achar-se. Mas, sem a outra ela não era nada. E o nada não lhe bastava.

Vivia por viver. Sentia por convenção. Vendia mentiras. Sem sentir nenhum remorso.
Revoltada em sua própria cápsula, ela começou a destruir-se. Fibra por fibra e quando restava apenas uma, ela percebeu...

Nunca existiu mão alguma. Ela estava sozinha o tempo todo. Quem ela pensou que a sustentava, na verdade, não era outra pessoa. Era, de fato, ela mesma. Perdera-se.

Hoje, ela torce para que as partes voltem a se juntar. Apenas torce. A verdade está ali, a pura. Ela crê... E tenta não destruir a própria fé, o que é quase impossível. Ela tenta acreditar no movimento e na reparação de cada coisa existente. Mas, isso já não faz mais parte de quem ela é. Para o bem ou para o mal, ela vive de realidades.

Hoje, ela reza.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

- A MENTE TRANSFORMANDO O CORPO -

Olhei-me no espelho como a muito tempo não me olhava. É claro que você não espera muitas mudanças na sua fisionomia com apenas 18 anos de idade, mas, mais uma vez... A vida nos surpreende.
O que não se pode negar é que estou em um ponto crítico e por mais que eu esteja bem, por mais que eu esteja aqui, intacta em meu corpo, pernas, braços e tantos outros membros em seus devidos lugares... Eu estou me borrando de medo.
Porque aqui dentro...
Aqui dentro, meus queridos "admiradores", está uma verdadeira e assustadora bagunça. O pior cenário de todos, o pesadelo mais temido: A mente transformando o meu corpo.
Usando uma ironia mundana e completamente sem graça, para variar um pouco, inverti as impressões, a ordem dos fatores que alteram SIM o resultado. Enquanto a maior parte das pessoas passam as suas vidas conservando a idéia de que a mente é o santuário, o lugar de se guardar a paz, meus queridos "amigos"... Eu descobri o contrário e isto mudou toda a minha percepção de futuro, passado e presente.
Eu quero que o meu corpo seja a grande estrutura de força do meu ser, pois já que a minha mente está, de fato, transformando-o não há mais sentido em lutar contra isso.
Quero mergulhar nesse ritmo que só ela me oferece, deixando ainda mais evidente e cada vez maior a minha arrogância, o meu egoísmo, toda a parte suja desta que vos fala. Não há nada para ser admirado ou amado neste ser, meus caros...
Tudo que existe é um calor desconhecido, completamente mutável, aparecendo quando quer e se quer, em doses minímas ou em doses fracas, duas vezes ou apenas uma... Não há controle. É perigoso. Não é convencional.
A intenção não é assustar ninguém.
Posso não estar dentro de padrões, posso não ter nada a ser admirado ou amado, mas o que sou definitivamente não é feio.

Deparo-me com uma contradição.
Sou uma contradição.
O que escrevo é uma contradição.
Minhas amizades se alimentam da contradição.
Meus amores então...

A vida só é digna quando se vive o que é.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

O Primeiro Desejo.

Te fiz minha amada.
Te fiz minha amada por precisar de mais um momento viva, por precisar de mais um suspiro.
No momento em que eu estava no ponto entre o agora e o que certamente não existirá depois, te fiz minha amada.
Cometi um erro, um crime... Porque te amo sozinha.
Porém tudo que me dás é o ar, a luz e a essência em dozes minímas que alimentam - nunca suficientemente, o meu egoísmo e a minha preguiça.
Essa minha mania de prever o final que me impede de criar outra história...
De tentar viver de outra forma.
Tu és inegavelmente o meu amor.
Porém, a palavra final ainda é minha... E sempre será.
O que eu sou é meu e não teu.
Não te tenho e não luto para te ter.
Porque o que me basta é a solidão e esse sentimento idealizado que não vem de ti.
Vem de mim, do que eu preciso...
E assim, só me enojo cada vez mais do que me tornei.
Mas, então... Surpreendo-me.
Lá no fundo... Ainda existente, lá no fundo...
Aquele pequeno brilho... Esperança.
E então, meu amor, percebo o que estou começando a esperar de você.
Por favor, por favor... Faça-me acreditar em teus olhos, em seus lábios, na sua verdade...
Por favor, me mostre algo real que me faça continuar a avançar no que eu não conheço...
Por favor, me faça acreditar em mim novamente...
Por favor...
Por favor...
Peço-te, peço-te, peço-te... Infinitamente, imploro-te.
Quão miserável eu me tornei?
Deixei a minha descrença superar a minha esperança.

domingo, 16 de maio de 2010

Abstrato demais...

Vejo-me em uma pausa.

Sinto que não estou dando continuidade. Sinto que não estou retornando. Vejo-me em uma pausa.

Vejo-me em uma pausa...

Vejo-me em uma pausa!

Céus, por quanto tempo?

Por quanto tempo tenho que continuar a me movimentar e a praticar ações que não remetem a nada? Pois, no final de cada coisa, todo o movimento que se apresenta não existe. Está tudo parado.

Não há propósito.

Não há um amor...

Não há uma história a ser contada.

Realidade, é o nome.

Felizes aqueles que conseguem disfarçá-la!

Infelizes aqueles que a conhecem. Por vontade própria ou involuntariamente, não importa.

Estamos em um mundo de máscaras e cada um tem a sua para usar. Eu tenho a minha, porém eu sei que ela é um disfarce. Existem pessoas que vivem dias a fio pensando que vestem o que realmente são. Isso é incerto. Ou melhor, incorreto.

Pois, estamos numa pausa...

Estou em uma pausa...

Pausa...

Pausa.




terça-feira, 11 de maio de 2010

Ah os musicais...

Canções de Amor (Les Chansons d'amour)






Esse musical é maravilhoso, porém ele destruiu o meu domingo. Reflete no começo o tipo de realicionamento que eu acho que teria. haha
Mas, enfim... Sabe quando você tá sensível a exatamente um tipo de sentimento e involuntariamente alguma coisa que você vê/ouve toca bem nesse ponto? Então, esse musical tocou. Não vou falar mais nada, esse eu realmente indico que assistam! É com o mesmo ator de Os Sonhadores ( The Dreamers ), o Louis Garrel. É diferente, totalmente inesperado e os franceses, querendo ou não, sempre mandam bem.

Então, saindo um pouco dos musicais, tive que assistir Avatar (FINALMENTE, não me sinto mais um ET no meu próprio mundo) para tentar tirar um pouco esse filme da cabeça e por incrível que pareça, eu gostei.
Pensei que fosse achar Avatar uma puta mistura de Pocahontas com Stars Wars ( ridículo e infantil esse pensamento, eu sei haha ), mas James Cameron... Parabéns. Só perdeu pra ex-mulher mesmo... Luxo para ela, querido.
Agora só falta assistir Guerra ao Terror e sinto que estarei cumprindo os deveres pendentes desde o Oscar...


Across The Universe

Tesourinho que entrou do nada na minha vida. Como esse musical é querido... Beatles misturado com a Guerra do Vietna. Ai, nem tem o que falar, simplesmente maravilhoso. A delicinha do Jim Sturgess e seu sotaque inglês, a Evan Rachel Wood que sempre arrasa ( eu adoro ela, não falem mal. ), enfim... E aquele achado né... A Dana Fuchs. Que voz é aquela, sem querer desmerecer a rainha Janis Joplins... Mãããs a mulher quase chega lá. Nem conheço a diretora do filme, por isso nem vou comentar pra não falar merda né. rs

Vou colocar a minha cena preferida do musical, que você viaja à milhares de mundos sem ter usado nada além dos seus próprios olhos... haha






NINE

Tenho que colocar aqui nesse post um filme que deveria SIM ter ganhado mais atenção e prestígio. Fabuloso, assim como Chicago, até melhor do que este. NINE é fantástico e a Marion Cotillarrd é a musa do filme.

Sim, sim... Temos Nicole Kidman, Penelope Cruz ( QUE É FODA, NUNCA DEIXAREI DE DIZER ISSO SEMPRE QUE USAR O NOME DESSA MULHER AQUI ), Kate Hudson ( que tá uma gracinha ), Daniel Day-Lewis (que está sim apaixonante haha) e até a porra da Fergie ( que conseguiu o meu respeito depois desse filme rs)... Mas, o tesouro, é a Marion.

Ai, puta interpretação, a voz dessa mulher é fantástica (isso ela já tinha provado como Edith Piaf) e acho que todos nós temos um pouco de Luisa Contini dentro de nós... Rob Marshall arrasou sim e arrasou muito, em Be Italian você tem a sensação de ter saído do cinema e estar realmente em puta teatro, belíssimo, luxuosíssimo, com glamour, queridos... Sou fã desse filme. Pra caralho. ( haha quero construir minhas críticas com palavrão, tem problema? rs).

Então aqui um poquinho da maraaaaaaaavilhosa Marion como Luisa Conitini e um Daniel Day-Lewis tomandooo uma na cara.





Thank you.
For what?
For remind me i'm not special.

sábado, 8 de maio de 2010

Números e Regina Spektor

Eu decorei o seu número de telefone sem querer.
Ou talvez foi por ficar passando várias vezes pelo seu nome na pequena tela do meu celular... Desacreditada de realmente tê-lo ali.
Hoje é o único número que eu não esqueço.
Em emergências, surpresas, conquistas, tristezas... É do seu número que eu lembro. É a sua voz que eu quero ouvir.
Mesmo que eu não tenha mais a liberdade para fazer isso.
É em você que eu penso quando eu imagino-me em lugar instável, quieta, simplesmente conformada.
É em você que eu me inspiro em todas as pequenas palavras que saem da minha boca.
É você quem eu culpo por ser o que eu sou hoje.
Você é dona da angústia que eu levo no peito, nos olhos. Talvez por causa das palavras que nunca foram ditas ou pela pessoa que você é hoje...
Mas, ainda sim... Existem aqueles momentos em que você me escreve uma pequena nota.
Em que você me faz uma ligação.
Em que nos encontramos acidentalmente ou não...
Nesses instantes tão inconstantes... Você solta "eu te amo" em todas as fibras do seu corpo, em todo o espaço de distancia e tempo, em sua voz, em seus gestos... Todos esses "eu te amo's" me atingindo continuamente...
A verdade nos seus olhos diz muito mais do que a vida em si.
Ela me fala tudo.
O que o mundo não mostra, o que as pessoas não fazem, o que a vida não permite.
Tua verdade, nossa verdade.
Eu me pergunto se algum dia eu acharei outra como esta. Eu me pergunto se existe alguma coisa além de você neste mundo. Eu me pergunto se um dia vou parar de me perguntar, de duvidar que o grande amor da minha vida foi você.
Eu espero parar de usar clichês quando falo de você ou penso em você.
Eu não quero mais escutar as músicas que eram nossas, das mais bizarras às mais perfeitas.

Não consigo me aproximar de mais ninguém. Basta apenas a solidão. Ela é suficiente.
Penso que estando sozinha eu me lembro mais de você e assim, eu consigo tomar um suspiro de cada vez e não decidir pará-los como eu já desejei.
E no final eu não sei se é sonho ou realidade, se é céu ou inferno, se é amor ou saudade, se te esqueci ou não!
Não sei nem se agradeço por você ter entrado na minha vida ou amaldiçoo o dia em que isto aconteceu.
O que você me mostrou não é o mundo em que eu estou hoje.
Quem eu sou agora não é a pessoa que estava com você no passado.
Pelo contrário. É tudo novo, está cravado.

E ainda assim, é do seu numero que eu lembro quando eu quero simplesmente fugir de tudo isso.

xxxxx

Apesar de todo o meu estilo, a Regina Spektor transmite a felicidade necessária para cantar involuntariamente enquanto utilizo os transportes públicos de São Paulo...





QUASE UM VOYEURISMO! ALOKAAAAAA.






Good is better than perfect
Scrub till your fingers are bleeding
And I’m crying with insight
I tell others to do without crying...

He used to go to his favorite bookstores
And rip out his favorite pages
And stuff 'em into his breast pockets
The moon, to him, was a strangerAnd now he sits down at a table
Without anyone's steady instruction
Begins his quiet ascension
To a place with no religionHe's found a path to her likeness
He eats a small lump of sugar
Smiles at the moon like he knows her.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

A Um Ausente

Tenho razão de sentir saudade,
tenho razão de te acusar.
Houve um pacto implícito que rompeste
e sem te despedires foste embora.
Detonaste o pacto.
Detonaste a vida em geral, a comum aquiescência
de viver e explorar os rumos de obscuridade
sem prazo sem consulta sem provocação
até o limete das folhas caídas na hora de cair.

Antecipaste a hora.
Teu ponteiro enloqueceu, enlouquecendo nossas horas.
Que poderias ter feito de mais grave
do que o ato sem continuação, o ato em si,
o ato que não ousamos nem sabemos ousar
porque depois dele não há nada?

Tenho razão para sentir saudade de ti,
de nossa convivência em falas camaradas,
simples apertar de mãos, nem isso, voz
modulando sílabas conhecidas e banais
que eram sempre certeza e segurança.

Sim, tenho saudades.
Sim, acuso-te porque fizeste
o não previsto nas leis da amizade e da natureza
nem nos deixaste sequer o direito de indagar
porque o fizeste, porque te foste.

Carlos Drumond de Andrade


É muito piegas se eu dizer que chorei quando li isso? haha

terça-feira, 4 de maio de 2010

Escrito por uma Jéssica bem mais crente e esperançosa haha Mas, ainda sim, escrito por ela.


Estou cansada de promessas vazias, sentimentos inexistentes, palavras fracas e gestos sem sentido.
Quero sentir o que eu não posso ver e nem tocar entrar em meu ser, sacodir as cortinas, abrir janelas e portas, mudar a vida, o mundo, as pessoas!
Quero poder acreditar, me entregar, sem saber que estou apostando no falso, no inseguro...
Quero sinceridade, quero apenas a verdade, que se baseie em um amor sentido desde as profundezas desconhecidas da mente até a ponta dos dedos e que estes, possam me tocar o rosto, tocar os lábios, delicadamente até aprofundar o contato.
Quero poder sentir o ridículo, fazer o ridículo, perder a cabeça e a razão, pois assim eu poderei saber que eu estou viva!
E estando viva, dessa maneira, não me sentir culpada pelas coisas que são jogadas em minha face.
Tão perdida ao longo dos anos... Tão desfocada ao longo das decepções...
Quero poder sentir que o ódio e o amor estão ligados por uma linha tênue, que pode se arrebentar e assim, misturá-los e criar algo extremamente novo, extremamente forte.
Quero poder olhar nos olhos azuis, verdes, castanhos, vermelhos e me ver refletida nestes, sentir que eu posso existir em qualquer universo, em qualquer ser.
Sentir que eu posso amar, mesmo estando perdida, iludida, sem ar!
Quero a esperança de uma nova vida, a possibilidade de mudanças entrando em meu mundo, fazendo-me aprender cada vez mais...
Quero poder acreditar que tudo que me foi dito, lá no fundo, tenha pertencido a um início verdadeiro, a algo real, a algo que foi realmente sentido.
Quero olhar pra mim mesma e sentir orgulho do que sou, amar os meus erros, as minhas falhas, as minhas quedas, a imperfeição de ser o que sou!
Quero viver naturalmente... livremente... sinceramente...
e não ficar presa dentro de padrões, promessas irreais, de sonhos...
Quero acreditar no impossivel e quero que ele acredite em mim...
e assim, incansavelmente, quero desejar...
e sentir que não existe fim. Que tudo se trata de um belo começo... a cada dia, a cada hora, a cada lágrima, a cada sorriso... sentir, sentir, sentir...
Quero sentir!

sábado, 1 de maio de 2010

Agora

Tempos difíceis chegam e vão embora. Para mim, eles permanecem.
Tudo que eu vejo é a destruição, todos os dias, gestos, despedidas, atos de amor e ódio, olhares, pequenas palavras, sentimentos atropelados.
Tudo ao contrário.
Tudo contrário ao que eu via antes.
Alguém com as mãos sujas virando o meu mundo ao avesso, me mostrando aos poucos que o que eu acreditava e o que eu cravei nas minhas costas está absurdamente errado.
E o pior de tudo...
Não sou eu que me provei isso.

Ou será que foi?
Quando esse vazio começou a tomar conta do meu ser e dos meus atos?
Quando eu parei de acreditar realmente no que as pessoas diziam para mim?
Quando eu passei a duvidar daquelas frases que antes faziam o meu dia e me influenciavam a agradecer por estar viva?
Quando foi que eu perdi a minha vida?
Será que é isso que me leva a procurar desesperadamente por algo, alguém, alguma força que me impulsione de novo, que me dê a minha essência de volta?

Me sinto roubada, desvalorizada, interrompida.
E por mais que exista alguém que ainda diga "ei... você é uma pessoa especial, não se esqueça disso." , tudo que vem a seguir me prova o avesso dos sentimentos. Da sinceridade.
Sinto que corro em uma estrada sem fim, morrendo aos poucos, com fome, frio, sede e eu sei que eu posso parar. Eu sei que eu posso simplesmente dar fim a essa jornada, mas mesmo assim, eu corro.
Eu corro porque eu quero acreditar que no final da estrada, algo estará me esperando.
Esse algo que eu já tive e que eu quero recuperar.

Esse algo que... Me fazia ser eu mesma. Tão pura e suficiente... Transbordando amor, felicidade, abraços e beijos... A beleza que eu via na vida não mais borrada, quebrada.
As pessoas...
Os olhares...
As palavras...
Aquele sentimento que nos afirmava "nós vamos ficar juntos para sempre, nós vamos ser felizes para sempre".
Era o tempo em que o "para sempre" fazia sentido. Não, bem mais que isso, era lei no nosso mundo. E era tudo tão belo...

Será que nós finalmente crescemos?
Será que crescer significa isso? Cada um no seu caminho, cada um perdendo um pouquinho mais de si?

Por favor diga que não! Por favor, pegue a minha mão, me abrace de novo, me mostre no seu beijo que eu ainda posso querer me afogar nos sentimentos sem morrer! Por favor... Por favor... Por favor...

Porque eu odiaria nos ver naquela pilha em que milhares de pessoas estão e continuam vivendo... Aquela pilha dos que "quase conseguiram", dos que desistiram no meio do caminho.

Eu olho para o lado.
Vejo que corro sozinha. Vocês estão atrás de mim... Parados. E a cada movimento dos meus pés... Eu me afasto cada vez mais... Até o ponto em que eu olho para trás... E não os vejo. É só o mundo, mostrando que ele me venceu.
Ele me venceu.

Não há nada no final da estrada.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Acho que eu deveria começar a escrever sobre a minha vida e parar de fantasiar sobre outras...

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Discutíamos à horas... Estávamos do lado de fora do bar, a música era tão alta que chegava ser difícil ter uma conversa em um tom normal. Ela me olhava irritada, colocando toda a mágoa e fúria no olhar. Eu estava parado, encarando-a, pensando em que merda eu poderia fazer para ela tentar entender o meu ponto... Ou melhor, a falta dele.

- É isso que você faz então? - ela perguntou, depois de respirar fundo. - Você simplesmente fode com tudo sem considerar nada e nem ninguém?

Eu bebi um pouco da cerveja que eu tinha em mãos. Acalmava um pouco. Só um pouco.

- Isso não tem nada a ver com o que eu faço, querida. - eu simplesmente respondi, sentindo que eu não poderia ser mais claro do que eu estava sendo. Pessoas. Quão complicadas elas conseguem ser e quantas complicações elas conseguem inserir dentro de cada coisa existente?

- Ah é? Então o que foi aquela merda lá dentro? - ela gritou, apontando para o bar. - Eu tô cansada de você e das coisas que você continua fazendo. Você não me respeita, você não se respeita! Eu já devia ter aprendido, mas não... Eu sou a idiota da história porque eu continuo do seu lado!

- Quando eu não te respeitei? Me fala isso. Sério, porque... Eu acho que está faltando um pouco de clareza aqui. - eu suspirei. - Eu arrebentei a cara dele, eu arrebentei sim e faria de novo. Eu te falei tudo aquilo sim e falaria de novo.

- Você não tem o direito...

- Porque não? - eu indaguei arregalando os olhos. - Quem é você pra me dizer o que eu posso e o que eu não posso fazer, hein? Quem é você, garota?

- Porque você está agindo feito a merda de um namorado ciumento! Mas, adivinha só... Você não chega nem perto de ser isso! - ela gritou em resposta, encostando o dedo indicador no meu peito.

-Ok. Ok. Tá certo. Eu entendo o seu ponto.

Ela não disse nada dessa vez. Ficou me olhando com aquela cara... Aquela cara de desgosto. E isso, meu amigo, era algo que eu não suportava. Cada um entende a história de uma maneira. Eu entendo da minha... Você pode entender de outro jeito. Mas, não mostre desgosto... Porque todo ser humano tem o direito em pensar de um modo e ter pelo menos respeito por isso.

- Não me olha com essa cara... - eu disse, começando a sentir os meus nervos aflorarem. Eu não queria isso, por favor, tudo menos isso...

- Você me ama? - ela perguntou, levantando as sobrancelhas. O olhar de desgosto havia ido embora e dessa vez, havia apenas tristeza.

- A gente já teve essa conversa... - murmurei. Esse ponto de novo não, por favor, de novo não...

- Sim e eu não obtive resposta. - ela simplesmente disse.

- E se eu amar? O que você vai fazer? - eu perguntei, chegando mais perto dela. Ela deu um passo para trás, assustando-se com esse simples movimento. - Não, não! Nem precisa responder... Você vai embora. Você anseia tanto pelas minhas respostas e quando eu chego a dá-las ou pelo menos chego perto desse caminho, você dá um passo para trás... E ainda me acusa SEMPRE pelas coisas que acontecem ao nosso redor. Porque é muito fácil livrar a própria cara, não é mesmo? É sempre muito fácil!

Ela não dizia nada, olhando-me um pouco assustada, provavelmente por causa do meu novo tom de voz. Bem, ela pediu por isso.

- Você não entende? Eu não posso me submeter a isso de novo... Você sabe o que aconteceu comigo antes e você sabe que não pode acontecer de novo porque... Me destruíria. E eu não posso dar esse poder para ninguém. Não novamente. - eu suspirei, tentando reprimir as emoções que pareciam estar emergindo de um lugar que deveria estar fechado. Que não deveria existir. - E você me assusta. Você me assusta tanto e as vezes eu tenho vontade de dar tudo isso à você. Mas, em momentos como esse e aquele ali dentro do bar, eu percebo que eu tenho que fugir de você. Porque você é a ameaça de tudo aquilo que eu quero evitar.

- Eu não posso... Eu... - ela tentava dizer a resposta que eu já sabia a tanto tempo. Era inútil, não era? Tentar explicar algo que já estava esplícito e que nós estávamos apenas ignorando... Com medo de que esse momento finalmente chegasse. O momento da despedida. Mais uma morte dentro de mim.

- Não fala nada. - foi tudo que eu disse. Eu comecei a dar os primeiros passos, andando para trás. Eu a olhei pela última vez. Ela tinha lágrimas nos olhos e me olhava com... Pena. O pior olhar que eu poderia receber naquele momento. - Eu espero que você consiga achar aquele cara e continue o que você estava fazendo antes de eu interromper. Mais uma noite sem compromisso, não é? É. É isso que a gente faz, querida.

Eu virei, sentindo o olhar dela colado nas minhas costas. Comecei a andar mais rápido.

Já era tarde. Eu levaria pelo menos meia hora para arrumar a minha mala porque eu já sabia de tudo que eu iria precisar. Estava na hora de ir embora daquele lugar horrível, onde tudo que me acontecia não era real. Ninguém tinha a capacidade de fazer a realidade existir. E eu não poderia continuar lutando para que as pessoas o fizessem. Se eu queria tanto ver a verdade em cada ato, gesto e palavra... Eu teria que viver sozinho.

domingo, 18 de abril de 2010

Acordei tentando descobrir aonde eu estava. Os pequenos raios de sol que começavam a invadir o local mostravam-me que o dia estava amanhecendo. Provavelmente umas seis e meia ou sete horas... Realmente, eu não me importava.

Eu olhei para o lado, o monte de cigarros fumados dentro do cinzeiro e as garrafas de vinho vazias habitavam o quarto junto com a minha presença. Com certeza, eu sabia aproveitar a minha solidão. Grunhindo, eu comecei a procurar a minha camiseta, sentindo o ar gélido da manhã entrar em contato com a minha pele por causa da janela aberta.

Achando um cigarro dentro do bolso esquerdo da minha calça, eu o ascendi, tragando rapidamente, sentindo o efeito da nicotina correr pelo meu corpo instantaneamente.

Suspirei.

Eu estava em um cômodo não muito grande, um saco de dormir encontra-se no meio do recinto, ao lado deste havia uma grande mochila, onde roupas sujas e limpas transbordavam pela sua abertura. Andei lentamente até a porta da saída, abrindo-a facilmente. A visão de um extenso campo me tomou assim que ela estava aberta, e de repente eu começava a me lembrar de como eu havia parado ali.


Realmente, é uma tarefa sem fundamento algum. Não havia sentido em continuar pensado nas coisas que haviam me trazido ao lugar em que eu estava no momento. A vida nunca te dá chance para pensar. Você tem que agir, mergulhar de cabeça. Viver. Apenas viver a porra da sua vida.

Eu tinha a fúria em meus passos, mágoa no olhar e vontade de continuar avançando em minhas pernas. Essas eram as partes intactas do meu ser... Ou melhor, não somente essas. O meu corpo em si era o meu ponto de salvação, o meu ponto de força... Porque tudo que eu tinha dentro de mim fora destruído e posteriormente, reprimido até o ponto em que nada existe. Tenho um vácuo no meu peito e na minha cabeça. Continuo por querer saber a merda do MEU final porque... Não há sentido em desistir agora e ter um fim completamente fodido por causa das ações de um outro alguém.

Se eu tinha sido estúpido o bastante pra deixar alguém foder com a minha vida daquele jeito, então eu teria que, no mínimo, ser um pouco esperto e continuar andando sem parar e sem abaixar a minha cabeça. Não somente para mostrar a todos que vocês não me derrubaram, mas para não deixar todos esses anos terem sido vividos em vão. A vida não pode ser desperdiçada, parceiro. Nem os momentos que foram, nem os que são e nem os que serão.

Eu me recusava a aceitar a idéia de que a vida acabaria daquele jeito. Eu me recusava a aceitar que outras pessoas e outros fatores que não partiram de mim tinham afetado e destruído a minha vida, porque... Você quer saber de uma coisa? Ninguém pode fazer isso. Você tem tudo em suas mãos e a intensidade não deve ser dosada.

Eu não uso mais as minhas doses de paciência e de gestos pré-estabelecidos. Também não visto o personagem de mais um garoto revoltado, querendo agir estupidamente apenas para chamar atenção. Esse não era o meu caso...

Caro leitor, o meu caso é a vida. Eu queria viver! Eu queria viver tudo o que eu posso e quero ser. Eu queria ver que o que acontecia dependeria de mim e assim, eu não precisaria de mais ninguém... Porque as pessoas simplesmente acabaram comigo. E se existe algo para se revoltar, seria contra todos vocês.

A minha solidão não é vulgar e não é forçada. Eu só quero que ela seja respeitada. É claro que as necessidades vitais da carne me levaram a cometer atos que podem parecer de um caráter distinto ao que eu assumi. Mas, eu não me importo nem um pouco... Não me importo porque você nunca vai saber a minha resposta, amigo.

Você nunca vai saber qual é a minha intenção, e é desse jeito que eu gosto de jogar. Não, não, não... Não quero e nem pretendo te iludir porque... Bem, cada um sabe dos seus atos. Se você toma a decisão de acreditar no que eu falo e mostro a você, o problema é exclusivamente seu.

É um grande egoísmo? É.

É o que eu adotei para mim, porque... É o que eu puramente sou. E o que eu sou... Não entraria nos padrões de beleza que você estabelece a si mesmo e ao mundo todos os dias. Enquanto você fica molhado, eu estou mergulhando e afundando cada vez mais. A água que agora você tenta tirar do seu corpo, são os respingos do meu salto em direção a...

Em direção a...

A...

Felicidade.